Tuesday, August 19, 2008

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Amar
Que pode uma criatura senão,entre criaturas, amar?
amar e esquecer,amar e malamar,amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,e o que ele sepulta,
e o que, na brisa marinha,é sal,
ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,um vaso sem flor,
um chão de ferro,e o peito inerte,
e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino:
amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.


Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond


AMAR, É A NOSSA SALVACAO.
NAO IMPORTA SE PERDEMOS,OU SE NOS MAGOAMOS,
O QUE IMPORTA É VIVER INTENSAMENTE, E VERDADEIRAMENTE , O MOMENTO.AME MAIS E MAIS SEM MEDO,POIS O MEDO DE PERDER, E O MEDO DE QUER E NAO QUER LIMITA, E MUITAS VEZES MATA,A MAGIA, E QUANDO A MAGIA CAI, O AMOR MORRE.



BOM DIA DE MERCURIO


NAMASTE

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